Tudo começou há muitos e muitos anos (por volta de 1649) com uma humilde capelinha de palha (hoje Igreja São Francisco), que mais tarde foi reconstruída por um general de nome Salvador Correa. Por volta de 1745, foi feita uma segunda capela naquela que hoje chamamos Praça São Salvador. A Catedral Diocesana de Campos foi erguida com a mesma estrutura da antiga Igreja da Matriz, sendo ampliadas somente as suas torres, para dar o tom de Catedral e a parte de sua cúpula. Consta nos arquivos da Igreja Matriz que ela foi criada em 04 de dezembro de 1922. Foi quando passou à condição de Catedral, sendo que, em 1965, recebeu por decisão do papa Paulo VI, o título de Catedral Basílica Menor do Santíssimo Salvador, o próprio Jesus Cristo.
Como surgiu o nome São Salvador
Até hoje há quem pense que São Salvador seja um dos santos da igreja católica, e não, o próprio Jesus Cristo. Essa história está ligada à questão da colonização. Remonta às capitanias. Naquela época, era costume que se erguesse uma capela ou igreja, onde o santo representasse o nome do principal governante. Como aqui foi o General Salvador Correia de Sá e Benevides, e como não existia um santo com esse nome, foi escolhido o próprio Cristo. Daí o nome São Salvador ou Santíssimo Salvador.
Desta forma, o patrono da religião na Cidade de Campos do Goytacazes ficou sendo o próprio Cristo, que, para muitos campistas, passou a fazer parte do calendário como se fosse mais um santo.
A Festa
A tradicional festa de São Salvador é comemorada no dia 06 de agosto.
No início a festa começava às 4 horas da manhã na Igreja da Matriz (posteriormente se tornaria Catedral) com uma missa religiosa chamada Te Deum. No mesmo dia eram realizados batizados e outras cerimônias religiosas programadas para o dia do padroeiro da cidade.
A cidade era enfeitada com coretos e arcos todos iluminados com luz elétrica, por possantes lâmpadas de arco voltaico.
Na parte religiosa realizavam-se missa campal na Praça da República, e a procissão que saia às 15 horas seguindo por várias ruas do centro da cidade com o andor do padroeiro.
Na parte esportiva haviam as tradicionais regatas.
As Bandas musicais: Lira de Apolo, Guarany, Operários Campistas, etc. ficavam responsáveis em fazer apresentações musicais para a população.
Atualmente a programação ainda preserva a tradição, com a corrida ciclística, a regata, apresentação de bandas musicais, a procissão do Santíssimo Salvador, etc.
A prova ciclística foi criada por Gerardo Maria Ferraiouli (Patesko), tendo sido organizada a primeira prova ciclística em 06 de agosto de 1945, até 1976, a prova tinha como percurso: de frente ao Banco do Brasil e tinha como chegada, defronte a antiga sede da Prefeitura de Campos (onde atualmente está sendo restaurado para abrigar o Museu de Campos).
Em 1977 a prova passou a realizar-se na Avenida Alberto Torres, onde até hoje é realizada. Patesko faleceu em setembro de 2007, pouco antes de completar 92 anos de idade e, foi homenageado pela Ciclovia (que corta a Av. 28 de Março). A história de Patesko se confunde com as regatas no Rio Paraíba do Sul, nos torneios de futebol, tênis de mesa e, claro, de ciclismo.
Não poderíamos deixar de lembrar também de doces tradicionais, como chuvisco, goiabada, etc., do canteiro Diocesano e da feira de artesanato que há tantos anos vem fazendo parte da Festa do SS. Salvador.
A FESTA SS. SALVADOR NO PASSADO
Igreja Matriz
Construção da Catedral
Procissão do SS. Salvador
O povo na praça São Salvador
Regata
Regata
A FESTA SS. SALVADOR NO PRESENTE
Catedral Diocesana de Campos
Santíssimo Salvador
Prova ciclística
Regata
Texto: Leandro Lima Cordeiro (membro do Instituto Historiar)
Fontes: Jornal Monitor Campista e site: http://www.ciclismocampos.com.br/patesko.htm
Fotos: Acervo do Instituto Historiar e Internet.